A cronologia da vida-obra de Berta entre 1974 (ano em que se separou de Darcy) e 1995 (ano em que entrou em coma) é marcada por muitos feitos que colaboraram imensamente para Antropologia brasileira no século XX. A opção pelo recorte temporal se dá porque nesses 21 anos, entre o divórcio e a doença que a matou, Berta teve enorme produção acadêmica, colaborando imensamente para a Antropologia brasileira no século XX, o que catapultou sua carreira a outros patamares mais elevados do que “braço operacional” e “interlocutora antropológica”, ou ainda, “A esposa de Darcy Ribeiro”.
1974
– Berta e Darcy se divorciam.
1974/1975
– Presta consultoria para elaboração do projeto do Centro de Documentação Etnológica do Museu do Índio, dirigido por Carlos Araújo Moreira Neto.
1975
– Assume a assistência de Direção da Editora Paz e Terra.
1977
– Torna-se pesquisadora nível B do CNPq e retorna ao Setor de Etnologia e Etnografia do Museu Nacional, realizando trabalhos de pesquisa no projeto Etnografia e Emprego Social da Tecnologia Indígena e Popular. O projeto era financiado pela FINEP e coordenado por Maria Heloísa Fénelon Costa. Para este projeto, visitou diversas aldeias no Alto e Médio Xingu e no Ceará.
1978/1979
– Participa do Movimento Feminino pela Anistia e da Campanha pela demarcação das terras indígenas, coordenada pelo Conselho Indigenista Missionário (CIMI).
1979
– Publica o livro Diário do Xingu, pela Editora Paz e Terra.
1980
– Defende sua tese de doutorado na USP, sob orientação de Amadeu José Duarte Lanna, intitulada ‘A civilização da palha : A arte do trançado dos índios do Brasil’.
– Publica o livro Antes o Mundo Não Existia : mitologia dos antigos. Desâna-Kèhíripõrã / Tõrãmã Kêhíri. No trabalho, Firmiano e Luiz Lana (pai e filho) narram e ilustram os mitos reunidos e publicados por Berta, que dá a autoria do livro para os indígenas, escrevendo o texto de introdução do livro.
– Monta a exposição ‘Os Índios das Águas Pretas : Uma Área Cultural no Noroeste do Amazona’s, entre junho e julho, no Museu Nacional.
- Monta a exposição ‘Arte plumária do Brasil’, no Museu de Arte Moderna de São Paulo.
1982
– Monta, no Museu Nacional, a mostra comemorativa do I Centenário da Exposição Antropológica Brasileira.
1983
– Conquista o 1º lugar no Concurso do Ano Interamericano de Artesanato com o trabalho “Artesanato Indígena : Para que, para quem ?” In : O artesão tradicional e o seu papel na sociedade contemporânea (1983).
– Vai à Itália, pela Fundação Roberto Marinho, para montar a exposição ‘Indios del Brasile, culture che scompaiono – Índios do Brasil, culturas que desaparecem’.
1984
– Conquista o 2º lugar na categoria Filmes em Videocassete para os documentários sobre os indígenas Asuriní e Araweté, feitos em colaboração com o sobrinho Frederico Ribeiro, no XV Festival do Filme Científico do Rio de Janeiro.
– Monta exposição para a 36ª Reunião da Sociedade Brasileira pelo Progresso da Ciência (SBPC), em junho de 1984.
1985
– Monta a exposição ‘Arte e Corpo’, apresentada na Fundação Nacional de Artes (Funarte).
1986
– Publica junto com Darcy Ribeiro a série de coletâneas em três volumes intitulada Suma Etnológica Brasileira.
1988
– Recebe o Prêmio Érico Vanucci Mendes para Trabalhos de Preservação da Memória Nacional, Tradições Populares e Traços Culturais durante a 40ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC). Por ocasião do prêmio, proferiu a palestra “Arte Indígena : Patrimônio Cultural”, na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP.
– Ingressou por concurso público como professora assistente, e logo passando a adjunta por ser doutora, no Setor de Etnologia e Etnografia do Departamento de Antropologia do Museu Nacional, desligando-se do Museu do Índio.
– Publica o Dicionário do Artesanato Indígena, pela Editora da Universidade de São Paulo.
1989
– Recebeu menção honrosa no Prêmio Nacional de Ecologia, pelo trabalho “Amazônia Urgente : cinco séculos de História e Ecologia”. Neste ano começa a concepção da exposição ‘Amazônia Urgente’.
1990
– Se tornou conselheira da Fundação Mata Virgem, presidida por Megaron Txucarramãe e afiliada à Rainforest Foundation. Participou também do Movimento de Apoio à Resistência Waimiri-Atroari (MAREWA), fundada em 1985.
– Publica o livro Amazônia Urgente : cinco séculos de História e Ecologia, que é o guia de exposição da exposição Amazônia Urgente.
1991
– Organizou na Casa França-Brasil a exposição Brasilidades na Casa França-Brasil, que havia sido criada por Darcy Ribeiro quando Secretário de Cultura do Estado do Rio de Janeiro.
1992
– Faz a exposição ‘Amazônia Urgente’, montada no Rio de Janeiro por ocasião da ECO/92 (Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente e o Desenvolvimento, realizada em junho de 1992). A exposição foi montada no Metrô da Carioca, entre junho e julho, e foi visitada por 10 mil pessoas.
1993
– Contribuição na concepção e fornecimento de materiais para a Mostra Grafismo Kadiwéu, na Casa França-Brasil.
1994
– É diagnosticada com um tumor cerebral e se aposenta.
1995
– Recebe a Ordem do Mérito Científico, conferida pelo governo brasileiro, em sua própria casa, devido ao tumor cerebral. Pouco tempo depois, Berta entra em coma, falecendo em 1997.