Resumo
Este projeto deriva de outro, mais abrangente, sobre a história da antropologia no Brasil (Corrêa, 1987), cujos resultados preliminares podem ser apreciados no ensaio em anexo (Corrêa, 1988) e tem sido, por assim dizer, um contraponto dele [1]. Ainda que todos os depoimentos, com uma exceção, registrados até hoje pela equipe da pesquisa tenham sido prestados por antropólogos, a presença das mulheres no início da antropologia brasileira começou a delinear-se como merecedora de atenção : uma presença importante mas, seja na documentação já levantada, seja nos depoimentos já recolhidos, quase sempre mesclada ao pano de fundo das pesquisas mais do que posta no primeiro plano entre os atores históricos de nossa disciplina. Algumas mais lembradas por sua contribuição científica, com a doutora Emilia Snethlage (1868-1929) – embora ela tenha também dirigido o Museu Paraense [2] por alguns anos – outras, mais por sua atividade administrativa, como dona Heloisa Alberto Torres (1895-1977), embora ela tenha também realizado pesquisas, além de ter dirigido o Museu Nacional por vários anos. Outras, ainda, são lembradas pela sua relação com antropólogos mais renomados : “Lévi-Strauss et sa femme” é uma expressão recorrente na literatura sobre a ‘missão francesa’ que iniciou a docência na Faculdade de Filosofia da Universidade de São Paulo (e.g. Métraux, 1978, Maugé, 1982) – ainda que Dina Lévi-Strauss tenha tido, ela própria, uma atuação relevante tanto na construção institucional como na pesquisa (Lévi-Strauss, 1936, Soares, 1983).
E, embora o tratamento literário das figuras masculinas da disciplina seja muito raro – só me ocorre a inspiração de Ferreira de Castro [3] no trabalho de Nimuendajú [4] – é curioso que pelo menos duas das personagens cuja biografia pretendo aprofundar foram heroínas de romances (Emilia [5] e Heloisa [6]), uma terceira tendo sido objeto não apenas do romancista Lima Barreto [7] mas de inúmeras crônicas que ridicularizavam o seu interesse pelos índios (Leolinda Daltro) [8]. Isto sugere que a sua atenção como pesquisadoras era vista como insólita, e olhada com a mesma curiosidade atribuída aos objetos tradicionais da disciplina – e é como tal que elas são evocadas. É curioso, também, que boa parte dos antropólogos estrangeiros que fizeram pesquisas no país na década de trinta a cinquenta, como o próprio Lévi-Strauss, tenham vindo para cá acompanhados de (ou aqui encontrado) esposas que, em alguns casos, eram elas mesmas antropólogas mas que, na maioria das vezes, tornaram-se importantes auxiliares de pesquisa – como Frances Herskovits [9], Cecilia Wagley [10], Virginia Watson [11], Yolanda Murphy [12], Pia Maybury-Lewis [13] e Helen Pierson [14]. Se isso se deve às peculiaridades do trabalho de campo (o recurso à duplas de pesquisadores foi também utilizado pelo Summer Institute of Linguistics [15]), apresenta não obstante uma situação privilegiada para a compreensão do papel desempenhado pelas esposas de acadêmicos numa certa época e não tão visível no caso de outras disciplinas, além de oferecer um contraponto interessante ao trabalho isolado de algumas das mulheres mencionadas antes.
A pesquisa, na qual pretendo avaliar a contribuição de algumas dessas mulheres para a constituição da antropologia no país, utilizará também suas figuras como balizas para entender a disciplina de sua época e local de atuação e como um pretexto para a discussão da relação dos antropólogos entre si e com seus objetos de estudo.
A história da antropologia
Ainda que seja uma subárea recentemente desenvolvida dentro da área maior da história das ciências, a história da antropologia já conta com uma biblioteca impressionante : veja-se, por exemplo, os 2026 títulos compilados por Erickson (1984), num levantamento que já tem dois suplementos (1985 e 1986) ; os quatro volumes da série dirigida por George Stocking Jr. (1983, 1984, 1985 e 1986), além da History of Anthropology Newsletter, publicada na Universidade de Chicago e também dirigida por ele – bem como outros volumes dedicados a temas especiais (e.g. Stocking, 1968, 1986) – e a recentemente fundada revista francesa GRADHIVA, igualmente dedicada à história da disciplina, que anuncia a reedição de vários trabalhos antropológicos mais antigos. No Brasil, tanto as traduções (e.g. Mercier, 1974, Kuper, 1978, Leaf, 1980 e Laplantine, 1988), quanto a produção nacional (e.g. Peirano, 1980 e 1982, Corrêa, 1982, Melatti, 1984, Roberto Cardoso de Oliveira, 1985, 1986) indicam a existência de um crescente interesse nessa área de pesquisa.
Ao acervo de depoimentos de antropólogos (registrados em áudio e vídeo) e de sua documentação profissional e/ou pessoal que, graças ao apoio inicial da FAPESP [16] e do CNPq [17] e atual da FINEP [18], estamos constituindo na Universidade Estadual de Campinas desde 1984, soma-se também o trabalho da linha de pesquisa em “História Intelectual e Etnografia da Ciência” [19], do Programa de Doutorado em Ciências Sociais, o projeto de História da Ciência [20], desenvolvido pelo Centro de Lógica e Epistemologia da Ciência e a recente linha de pesquisa em História da Ciência [21] criada no Departamento de História, todos no Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade.
No que diz respeito à antropologia, este esforço vem sendo recompensado por algumas doações importantes, como a documentação global do professor Donald Pierson [22] e a de Roberto Cardoso de Oliveira [23], entregues ao acervo de nosso projeto e já parcialmente organizada, tanto como pelo interesse de alguns pesquisadores jovens que, tendo se integrado à equipe de pesquisa ainda quando estudantes de graduação, cursam hoje a pós-graduação e encaminham seus interesses de pesquisa para esta área [24]. Trata-se, em suma, de uma área de docência e pesquisa que vem se implantando com sucesso na universidade e cujos resultados parciais prometem um bom desenvolvimento.
As mulheres na história da antropologia
Alguns antropólogos têm chamado a atenção para o efeito disruptivo que os estudos sobre a questão de gênero tiveram na discussão a respeito da relação observador/observado na disciplina (Clifford, 1986) e é cada vez maior o interesse de antropólogos pelo estudo do ‘lado escuro da lua’ em regiões já estudadas por seus colegas (e.g. Weiner, 1976, Shostak, 1981) : poucos autores, entretanto, dedicaram-se a avaliar a atuação das próprias antropólogas, ou de suas antepassadas, como uma questão pertinente à história da antropologia. Algumas vezes, trava-se no próprio texto da autora uma luta entre os interesses dos observados e os da observadora (Mark, 1982), isto é, a antropóloga é vista como uma espécie do gênero Antropólogo e o centro da discussão é antes a relação antropologia/objetos dela do que a relação antropólogos/antropólogas ou antropólogas/antropologia. Em outros casos, ainda que com ressonâncias profissionais, trata-se principalmente de reminiscências pessoais (Landes, 1970, Wayne, 1985, acadêmicas (Kuper, 1984, Gladstone, Lutkenaus, 1986) ou de biografias de interesse mais geral (Mead, 1966, Hare, 1985, Bateson, 1984). Que o tema tem merecido atenção crescente, o exemplifica o anúncio da publicação em preparo de um dicionário biográfico de antropólogas, editado por J. MacIntyre e outros.
A exceção a essas abordagens mais convencionais e quase que derivadas do interesse geral pela história da antropologia fica por conta de Rodney Needham, na polêmica sobre a importância das pesquisas da obscura Daisy Bates para o conhecido trabalho de Radcliffe-Brown (Needham, 1974, 1981, White, 1981). Independentemente da posição que se tome em relação ao conteúdo do debate, sobra dele uma indagação importante a respeito das dificuldades (de pesquisar, de publicar, de obter respeito pelo seu trabalho) enfrentadas pelas mulheres na passagem do século quando pretendiam entrar na profissão.
Talvez o comentário tantas vezes repetido a respeito da estima que Malinowski e Boas tinham pelas mulheres em seus seminários, e sobre o estímulo que ambos deram às que decidiram se dedicar à antropologia, tenha nos feito deixar de lado observações de outro tipo. Sobre o estímulo, diz Joan Mark : “Ao encorajar não apenas (Alice) Fletcher mas também outras mulheres, incluindo Cordelia Studley, Zelia Nuttal e Erminnie Smith, a trabalharem na antropologia, (F.W.) Putnam iniciou a tradição, continuada por Franz Boas, que tornou a antropologia um dos campos profissionais nos Estados Unidos no qual as mulheres sempre foram preeminentes.” (1982:501) Preeminência à parte, um outro tipo de observação foi feito recentemente sobre essa tradição : “Conforme vários entrevistados, e citado por Mintz (...), Linton dizia, mais do que de brincadeira, que Benedict tinha feito um feitiço contra ele e que ele a matara com um contra-feitiço.” (Ebihara, 1985:105)
Convém lembrar que, quando Boas se aposentou como chefe do Departamento de Antropologia em Columbia, em 1937, a administração da universidade atribuiu a chefia não a sua substituta, Ruth Benedict, mas convidou Ralph Linton para o cargo e que Margaret Mead só se tornou membro da ‘faculty’ de Columbia no final de sua carreira.
Antropólogas e antropologia
Retornando ao caso do Brasil : se atualmente o trabalho produzido por antropólogas e por antropólogos é quase indistinguível e se a ocupação da presidência da Associação Brasileira de Antropologia é um indicador de aceitação profissional – tivemos duas presidentes num período inferior a dez anos – então as mulheres são plenamente aceitas na profissão. Mas não tivemos nenhum Boas ou Malinowski a quem possamos atribuir um estímulo histórico à preeminência das mulheres no campo antropológico (em termos puramente quantitativos, o número de autores ainda ultrapassa o de autoras na disciplina). E, se existe um grande número de mulheres na profissão, essa presença deriva antes do fato de que, desde a criação de instituições de ensino normal no país e a subsequente criação das Faculdades de Filosofia, destinadas de início a formar professores para os cursos secundários, o número de mulheres aí diplomadas e particularmente nos cursos de ciências sociais era muito alto. (Miceli, 1987) Isto é, o magistério como ‘vocação feminina’ (pelo menos nos níveis primário e secundário ; no universitário, apenas em algumas profissões), poderia contribuir para explicar uma certa ‘preeminência feminina’ (numérica) entre os antropólogos.
A tradição antropológica, entretanto, associa a carreira antes com a pesquisa do que com a docência, carreira que, em termos de especialização, é também relativamente recente. Se não houve estímulo por parte de pais (ou mães) fundadores, teria havido então uma tradição de pesquisadoras de campo no país ? A pergunta é provavelmente tão equivocada como a resposta que se dá nos casos americano e inglês, ao derivar a presença de mulheres na disciplina da influência de (alguns) homens. Lá (provavelmente), como aqui, houve exemplos (masculinos e femininos). Para uma série de muitos naturalistas europeus que vinham ao Brasil pesquisar nossa flora e fauna – os indígenas do país aí incluídos – de repente um era do gênero feminino, e que causava a impressão, talvez até uma impressão maior do que o conjunto da série anterior. Num conjunto de pesquisadores nacionais que se metiam pelas selvas (mas se costumava dizer ‘pelo sertão’) do Brasil, uma era mulher, e logo o imaginário literário se intrigava. Isto é, a pergunta interessante talvez fosse porque a sociedade da época considerava um escândalo a intenção da professora Leolinda Daltro de ‘catequisar’ por meios leigos os indígenas do país, se a ideologia anticlerical estava tão em voga ? Ou porque a doutora Emilia, o doutora sempre sublinhado, assim como o dona Heloisa Alberto Torres, mereceu, como a diretora do Museu Nacional, estatuto de heroína literária – se tantos de seus conterrâneos faziam as mesmas coisas na mesma época ?
A resposta a essas questões pode ser banal e restringir-se a avaliar a situação da mulher na sociedade da época – mas a pergunta mais importante diz respeito ao ‘esclarecimento’ posterior dessas senhoras que, para fazer o que faziam seus colegas do sexo masculino tiveram de enfrentar dificuldades dobradas. Um esquecimento que faz com que seja difícil – e talvez acabe por ser impossível – recuperar as anotações da professora Leolinda sobre algumas tribos do Brasil Central, numa época em que se diz que nada havia sido registrado sobre elas ; que faz com que a doutora Emilia se transforme em Emilio, quando citada em vida, e em muitas bibliografias posteriores a sua morte e que transforma Dina Lévi-Strauss apenas na ‘femme’ do etnólogo francês. Barbosa Lima Sobrinho lembrou recentemente, numa conversa informal, que quando era jovem, a presença da ‘professora Daltro’ sempre causava impressão ao aparecer na redação do Jornal do Brasil, em geral para fazer alguma reclamação : nem ele, nem nenhum observador da cena antropológica, registrou o fato de que foi através de seus esforços que os índios, por um breve momento, foram personagens políticos na capital do país – muito antes de serem personagens do Jornal Nacional. (No segundo texto em anexo, reconto brevemente as aventuras da professora, conforme um registro que ela mesma preparou.)
Neste projeto trata-se, então, de analisar o contexto da atuação dessas mulheres, perguntando-se por que o estatuto de heroínas e pioneiras que lhes foi atribuído por alguns de seus contemporâneos teria deixado vestígios tão tênues na história de nossa disciplina, e de avaliar a importância de sua contribuição em três momentos distintos da constituição da antropologia no país. Num primeiro momento, quando os museus estavam no auge de sua importância como instituições de pesquisa e quando boa parte dos pesquisadores no país eram estrangeiros (e europeus), a figura de Emilia Snethlage vai balizar a discussão ; no momento seguinte, o da definição dos índios como objeto de estudo privilegiado da antropologia no país, os seus pesquisadores parecem tornar-se livre-atiradores, não vinculados a instituições de pesquisa, ou mantendo vínculos esporádicos com elas (e.g. Curt Nimuendajú e Nunes Pereira), e a atuação de Leolinda Daltro será focalizada nesse contexto. Finalmente, num terceiro momento, a pesquisa e o ensino parecem começar a se associar num trabalho inovador de reprodução do saber – e aí a atuação de Heloisa Alberto Torres no Museu Nacional, num contexto em que as faculdades de filosofia começam a ser responsáveis pela formação de um grande número de mulheres na área das ciências sociais, será analisada. É a partir dessa formação também que algumas brasileiras começam a ir mais sistematicamente ao campo, em vários casos seguindo o exemplo de suas colegas e/ou esposas de colegas que tinham vindo do exterior (como Gioconda Mussolini [25], Berta Ribeiro [26], Vilma Chiara [27] e Clara Galvão [28]).
Os períodos e sua caracterização não são, é claro, estanques – e os nomes de muitas pesquisadoras deixam de ser citados aqui em benefício da brevidade. Vários personagens atravessam mais de um período, mas a ideia é que cada uma das escolhidas de certa maneira concentrará uma tendência mais geral em sua biografia. Mas, em traços largos, o primeiro momento mencionado vai do final do século passado até os inícios deste ; o segundo, cobre aproximadamente os anos vinte e trinta e o terceiro se inicia no final dos anos trinta, estendendo-se até o final dos cinquenta. No final dos anos sessenta, com a redefinição dos cursos de pós-graduação em antropologia, o panorama da disciplina foi grandemente modificado, não só pelo impacto da forma tese na produção intelectual, mas também pela multiplicação de influências teóricas e o grande crescimento do número de pesquisadores nos programas existentes. E embora o impacto do movimento feminista seja mais visível nas pesquisas sobre grupos urbanos do que em outras, ele certamente teve efeitos nas relações acadêmicas, em nosso país como em outros, tornando antropólogas e antropólogos mais sensíveis ao reconhecimento de seu trabalho.
Como Richard Price observou recentemente numa carta à American Ethnologist : “.. como parceiro num time antropológico de marido e mulher (que publicam em conjunto e separadamente), julgo apropriado observar que Suriname Folk-lore (1936) – um livro com ideias surpreendentemente modernas a respeito da música, da fala e do estilo Afro-americano – foi de fato escrito em coautoria com Frances Herskovits. E minha própria leitura deste trabalho sugere que ele é consideravelmente baseado mais em seu trabalho de campo do que no dele (Melville Herskovits). E de fato, se o livro fosse publicado hoje em dia, o nome de Frances Herskovits poderia bem figurar como o do autor principal.” (12:4, 1985).
O objetivo de minha pesquisa é contribuir para a ampliação dessa sensibilidade também no caso de nossas predecessoras.
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